O consórcio é uma das formas mais seguras e planejadas de adquirir bens de alto valor, como imóveis, carros, motos, caminhões, equipamentos ou serviços. Ele se baseia em uma lógica simples e poderosa: comprar de forma coletiva, sem juros e com disciplina financeira.

Mas um dos temas que mais geram dúvidas entre quem participa de um consórcio é o tipo de lance. Afinal, o que é melhor: lance fixo ou lance livre?

Saber como e quando ofertar um lance pode acelerar sua contemplação e garantir que você receba a carta de crédito antes do esperado. Neste artigo, você vai entender em detalhes a diferença entre lance fixo e lance livre, como cada um funciona, quando vale a pena usar cada estratégia e qual realmente é o mais vantajoso para o seu perfil.

1. O que é um lance no consórcio

Antes de comparar os tipos de lance, é importante entender o conceito.

O lance é uma oferta antecipada de parcelas que o consorciado faz com o objetivo de ser contemplado mais rápido. Em outras palavras, é como se você dissesse à administradora: “quero adiantar uma parte do meu consórcio agora para receber a carta de crédito o quanto antes”.

Existem dois tipos principais de lances: lance fixo e lance livre. Ambos têm o mesmo propósito — antecipar a contemplação —, mas funcionam de maneiras diferentes e impactam de formas distintas o planejamento financeiro do consorciado.

2. Como funciona a contemplação no consórcio

Todo consórcio funciona em torno de assembleias mensais, nas quais ocorrem as contemplações.
Em cada assembleia, uma ou mais cotas são contempladas, permitindo que os participantes recebam sua carta de crédito.

As contemplações podem ocorrer de duas formas:

Por sorteio: todos os participantes concorrem igualmente.
Por lance: quem oferece o maior valor (ou dentro das regras do grupo) é contemplado.

O lance é, portanto, uma forma de “furar a fila” de forma legítima e planejada, garantindo o recebimento antecipado do crédito.

3. Diferença entre lance fixo e lance livre

3.1 O que é lance livre

O lance livre é o modelo mais tradicional. Nele, cada participante do consórcio decide quanto deseja oferecer de antecipação — normalmente um percentual do valor total do bem ou da carta de crédito.

Vence quem oferece o maior percentual.

Por exemplo:

Valor da carta de crédito: R$ 100.000
Participante A oferece lance de 25% (R$ 25.000)
Participante B oferece lance de 30% (R$ 30.000)
Participante C oferece lance de 20% (R$ 20.000)

Nesse caso, o participante B é contemplado, pois seu lance foi o maior.

3.2 O que é lance fixo

No lance fixo, a administradora define previamente um percentual padrão que todos os participantes podem oferecer, por exemplo, 20% do valor da carta de crédito.

Se mais de um consorciado der o mesmo lance (o que é comum), o critério de desempate costuma ser o sorteio entre os empatados.

Exemplo:

Valor da carta de crédito: R$ 100.000
Percentual de lance fixo: 20% (R$ 20.000)
10 participantes oferecem o lance de 20%
Nesse caso, a administradora realiza um sorteio entre os dez participantes, e um deles é contemplado.

4. Principais diferenças resumidas

Característica	Lance Livre	Lance Fixo
Valor do lance	Livre, definido pelo consorciado	Pré-determinado pela administradora
Critério de contemplação	Maior lance vence	Sorteio entre empatados
Competitividade	Alta, depende da disputa	Moderada, todos têm chances iguais
Planejamento financeiro	Exige reserva maior	Exige valor previsível e menor
Controle do resultado	Maior influência do consorciado	Depende mais da sorte
Acesso	Indicado para quem tem mais recursos disponíveis	Indicado para quem quer chances equilibradas

5. Como é calculado o valor do lance

O valor do lance é sempre um percentual do valor da carta de crédito.
Esse percentual varia conforme o grupo e a administradora, mas geralmente fica entre 10% e 50%.

Exemplo prático:

Carta de crédito: R$ 200.000
Lance de 20% → R$ 40.000
Lance de 40% → R$ 80.000

O consorciado pode pagar o lance de duas formas:

Com recursos próprios: usando dinheiro disponível.
Com lance embutido: utilizando parte do valor da própria carta de crédito.

O lance embutido é interessante para quem não tem o valor total em mãos, mas quer tentar antecipar a contemplação.

6. Vantagens do lance livre

O lance livre é mais competitivo, mas também mais estratégico. Veja suas principais vantagens:

6.1 Maior controle sobre a contemplação

O consorciado tem liberdade total para escolher o valor que deseja oferecer.
Se ele fizer um lance alto, aumenta significativamente as chances de ser contemplado logo nos primeiros meses.

6.2 Possibilidade de usar o lance embutido

É possível utilizar parte da carta de crédito para ofertar o lance, reduzindo o valor a ser pago com recursos próprios.

6.3 Flexibilidade

Cada assembleia é uma nova oportunidade para ajustar a estratégia. O participante pode aumentar ou reduzir o valor do lance conforme sua disponibilidade financeira.

6.4 Vantagem em grupos com poucos participantes ativos

Se o grupo tiver poucas ofertas de lance, mesmo um percentual menor pode ser suficiente para vencer.

7. Desvantagens do lance livre

7.1 Alta competitividade

Como cada participante define seu valor, há disputas intensas, especialmente em grupos com muitos consorciados ou em bens de alta procura (como imóveis).

7.2 Necessidade de capital maior

Quem deseja aumentar as chances precisa ter recursos disponíveis para ofertar lances mais altos, o que pode não ser viável para todos.

7.3 Incerteza do resultado

Mesmo com um lance alto, não há garantia de contemplação, pois outros podem ofertar valores ainda maiores.

8. Vantagens do lance fixo

O lance fixo se destaca pela simplicidade e pela previsibilidade.

8.1 Igualdade de oportunidades

Todos os consorciados têm a mesma chance, já que o valor do lance é padronizado. Isso torna o processo mais justo e acessível.

8.2 Planejamento financeiro facilitado

O participante sabe exatamente o valor que precisará dispor, o que ajuda no planejamento orçamentário.

8.3 Menor pressão competitiva

Como o valor é fixo, não há necessidade de disputar com lances mais altos — o sorteio entre empatados define o vencedor.

8.4 Ideal para perfis conservadores

O modelo é excelente para quem deseja participar do consórcio com tranquilidade, sem arriscar valores altos e sem comprometer o caixa.

9. Desvantagens do lance fixo

9.1 Menor poder de decisão

O consorciado não tem controle direto sobre a contemplação, já que o desempate ocorre por sorteio.

9.2 Chances reduzidas em grupos grandes

Se muitos participantes oferecem o mesmo lance, as chances individuais diminuem.

9.3 Menor agilidade para quem precisa do bem rapidamente

Por depender de sorte, o lance fixo não é ideal para quem tem urgência em ser contemplado.

10. Quando escolher o lance livre

O lance livre é indicado para quem:

Tem reserva financeira disponível para investir no consórcio.
Deseja ser contemplado rapidamente.
Participa de grupos com poucos competidores ativos.
Possui perfil estratégico e analítico, disposto a estudar o comportamento do grupo.
Enxerga o consórcio como investimento e quer acelerar o retorno.

Empresas, profissionais liberais e investidores costumam preferir o lance livre, pois podem alocar capital e garantir vantagem competitiva.

11. Quando escolher o lance fixo

O lance fixo é mais indicado para quem:

Prefere previsibilidade e segurança.
Não tem grandes valores disponíveis para antecipar.
Deseja participar do consórcio de forma tranquila e sem pressão.
Está disposto a esperar a contemplação, desde que com custo controlado.
Quer planejar a compra com calma, sem comprometer o fluxo financeiro.

Perfis conservadores, famílias e pequenos empresários costumam preferir essa modalidade.

12. Exemplos práticos comparativos

Exemplo 1 — Lance livre bem-sucedido

Marcos participa de um consórcio de carro com carta de crédito de R$ 120.000.
Ele oferece um lance livre de 35% (R$ 42.000) logo no terceiro mês.
Como a maioria dos participantes ofereceu entre 20% e 25%, Marcos é contemplado.
Ele adquire o veículo e continua pagando as parcelas restantes.

Resultado: contemplação antecipada, sem juros e com vantagem de tempo.

Exemplo 2 — Lance fixo vantajoso

Carla participa de um consórcio de imóvel com lance fixo definido em 25%.
Ela se organiza para ter o valor de R$ 50.000 e participa do sorteio.
Mesmo competindo com dezenas de outros consorciados, é sorteada e recebe a carta de crédito.

Resultado: contemplação justa e previsível, com investimento dentro do orçamento.

Exemplo 3 — Lance livre mal calculado

Rogério oferece 10% de lance em um grupo com média de 30%.
Ele não é contemplado e percebe que subestimou o nível da disputa.
Com planejamento, decide acumular mais parcelas e tentar novamente meses depois, com 35%.

Resultado: reforça a importância de conhecer o comportamento do grupo antes de ofertar o lance.

13. Dicas práticas para aumentar suas chances de contemplação

13.1 Estude o histórico do grupo

Verifique o percentual médio de lances vencedores nas assembleias anteriores.
Isso ajuda a calibrar sua oferta e não desperdiçar capital.

13.2 Planeje o lance com antecedência

Reserve mensalmente um valor para formar seu lance, sem comprometer o pagamento das parcelas.

13.3 Use o lance embutido com cautela

Ele pode reduzir sua carta de crédito líquida. Analise se vale a pena abrir mão de parte do valor para ser contemplado antes.

13.4 Aproveite os primeiros meses do grupo

Nos meses iniciais, menos participantes têm reservas acumuladas, o que pode facilitar a contemplação com lances menores.

13.5 Reavalie constantemente

Se não for contemplado, observe as médias de lances vencedores e ajuste sua estratégia.

14. Impacto financeiro do lance

O lance é uma antecipação de parcelas, e não um custo extra.
Ou seja, o valor ofertado é abatido do saldo devedor do consórcio.

Por exemplo:
Se o consorciado oferece R$ 30.000 de lance em um crédito de R$ 150.000 e é contemplado, esse valor será deduzido do total, restando R$ 120.000 para pagar.

Isso significa que o lance não é dinheiro perdido — ele apenas antecipa parte do pagamento.

15. Como o perfil do consorciado influencia na escolha

O tipo de lance ideal depende diretamente do perfil financeiro e emocional de cada participante.

Perfil	Melhor tipo de lance	Estratégia recomendada
Conservador	Lance fixo	Participar de sorteios sem comprometer capital
Planejador	Lance livre moderado	Definir percentuais de 20% a 30% com base no histórico
Investidor	Lance livre alto	Usar recursos parados para antecipar a contemplação
Empresário	Lance livre com múltiplas cotas	Diversificar cotas e tentar contemplar várias ao longo do grupo
Famílias	Lance fixo	Planejar o imóvel ou carro com segurança e previsibilidade

16. Posso combinar estratégias de lance fixo e livre?

Sim.
Algumas administradoras oferecem grupos com ambas as modalidades de contemplação na mesma assembleia.
Isso significa que você pode participar do lance fixo e do lance livre simultaneamente, aumentando suas chances.

Por exemplo:

Um grupo contempla 1 cota por sorteio, 1 por lance fixo e 1 por lance livre.
Com isso, você tem três formas de ser contemplado todos os meses.

17. Erros mais comuns ao ofertar lances

Não avaliar a média dos lances vencedores.
Resultado: ofertas muito baixas e sem chances reais.
Comprometer o caixa pessoal ou empresarial.
O lance deve ser planejado sem prejudicar outras obrigações.
Não entender o contrato do grupo.
Cada administradora tem regras próprias; sempre leia atentamente.
Esquecer que o lance reduz a carta de crédito em caso de lance embutido.
O valor recebido pode ser menor do que o esperado.
Achar que lance é obrigação.
O lance é opcional, não obrigatório.

Evitar esses erros aumenta suas chances e mantém o controle financeiro.

18. Perguntas frequentes

1. O lance precisa ser pago à vista?
Sim. O valor do lance deve estar disponível para pagamento imediato após a contemplação.

2. Posso desistir do lance depois de ofertado?
Não. Após o envio da proposta, ela é válida até o resultado da assembleia.

3. É possível usar o FGTS como lance?
Sim, nos consórcios imobiliários, desde que atenda às regras da Caixa Econômica Federal.

4. E se eu for contemplado pelo sorteio e pelo lance no mesmo mês?
Você será contemplado apenas uma vez, e o outro crédito volta ao grupo para nova disputa.

5. O que acontece se eu não for contemplado?
Você continua participando normalmente e pode tentar novamente em assembleias futuras.

19. Comparativo de custos e resultados

Critério	Lance Livre	Lance Fixo
Valor ofertado	Variável (10% a 50%)	Padrão (definido pela administradora)
Chance de contemplação	Depende do valor e da concorrência	Igual para todos
Custo financeiro	Depende do valor ofertado	Previsível
Controle do consorciado	Total	Limitado
Ideal para quem quer	Agilidade	Estabilidade
Risco de frustração	Maior (competição intensa)	Menor (sorteio equilibrado)

20. Estratégia combinada: como usar os dois modelos a seu favor

A estratégia mais eficiente é usar ambos os tipos de lance de forma planejada, dependendo da fase do grupo.

Nos primeiros meses: use lance livre com valores menores, pois há menos concorrência.
No meio do grupo: observe a média dos lances vencedores e ajuste seu percentual.
Nos meses de alta concorrência: participe do lance fixo, aproveitando as chances equilibradas.

Essa combinação permite aumentar a probabilidade de contemplação sem comprometer demais o orçamento.

21. Aspectos psicológicos e comportamentais

O consórcio também envolve comportamento e disciplina.
Quem escolhe o lance livre tende a ter perfil mais agressivo e impaciente, buscando resultados rápidos.
Já quem opta pelo lance fixo normalmente é mais paciente e metódico, disposto a esperar sem riscos.

Nenhum dos perfis é melhor — o importante é alinhar sua escolha ao seu momento financeiro e emocional.

A contemplação, seja por sorteio ou lance, deve ser resultado de estratégia e planejamento, não de impulso.

22. O papel da administradora

As administradoras de consórcio desempenham papel fundamental na gestão dos grupos.
Elas são responsáveis por:

Definir as regras dos lances (percentuais, prazos, formas de pagamento).
Realizar assembleias transparentes.
Fiscalizar a regularidade dos grupos.
Intermediar a entrega das cartas de crédito.

Ao escolher uma administradora, priorize empresas autorizadas pelo Banco Central e com histórico de credibilidade.

23. O que realmente importa: o equilíbrio financeiro

Mais do que decidir entre lance fixo ou livre, o essencial é manter equilíbrio financeiro e foco no objetivo.
O consórcio é uma forma de investimento em patrimônio, e não uma corrida para ser contemplado primeiro a qualquer custo.

Analise seu orçamento, suas metas e o tempo que pode esperar.
Lembre-se de que, independentemente do tipo de lance, todos os consorciados serão contemplados até o fim do grupo — o que muda é o tempo.

24. Conclusão: qual é o melhor — lance fixo ou lance livre?

A resposta depende do seu perfil e das suas condições financeiras.

Lance livre é melhor para quem deseja agilidade, tem capital disponível e busca **

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Lance fixo ou lance livre: qual é melhor no consórcio?

O consórcio é um dos jeitos mais inteligentes de comprar bens de alto valor sem pagar juros — seja imóvel, carro, moto, caminhão, máquinas ou serviços. Em vez de contrair um financiamento caro, você entra em um grupo, paga parcelas mensais e, ao longo das assembleias, pode ser contemplado por sorteio ou por lance. É aí que surge a grande dúvida prática: afinal, é melhor dar lance fixo ou lance livre?

A resposta curta é: depende do seu perfil, do caixa disponível e do comportamento do seu grupo. A resposta completa — com prós, contras, cálculos e táticas — é o que você encontra a seguir.

1) O que é “dar lance” no consórcio (e por que isso importa)

No consórcio, lance é a antecipação de uma parte do valor devido. Você sinaliza: “quero adiantar X% agora em troca de receber a carta de crédito antes”. É uma forma legítima de furar a fila sem pagar juros.

Existem duas famílias de lance:

Lance livre: você escolhe o percentual (ex.: 18%, 27%, 42%). Vence quem oferece o maior.
Lance fixo: o percentual é padronizado pela administradora (ex.: 20% para todo mundo). Se vários ofertarem, há sorteio entre os empatados.

Ambos têm o mesmo objetivo (antecipar a contemplação), mas funcionam de modos diferentes e pedem estratégias distintas.

2) Como a contemplação acontece

Todo mês rola a assembleia. Em geral, são contempladas cotas por:

Sorteio (todos concorrem igualmente)
Lance (pelas regras do grupo: livre e/ou fixo)

Alguns grupos contemplam mais de uma cota por assembleia — por exemplo: 1 por sorteio, 1 por lance fixo e 1 por lance livre. Isso é ótimo para montar estratégias combinadas.

3) Diferença prática entre lance livre e lance fixo

3.1 Lance livre

Você define o valor (percentual do crédito).
Competição direta: vence o maior lance.
Controle maior sobre o resultado — se você tiver capital, aumenta as chances.
Volatilidade: a “média vencedora” varia mês a mês.

3.2 Lance fixo

Percentual já definido pela administradora (ex.: 20%).
Se vários derem esse lance, o desempate é por sorteio.
Previsível e democrático: todos que ofertarem cumprem o mesmo patamar.
Menos controle individual: depende da sorte entre empatados.

4) Quadro-resumo (para decidir rápido)

Critério	Lance Livre	Lance Fixo
Definição do valor	Você escolhe	Administradora define
Regra de vitória	Maior percentual vence	Sorteio entre empatados
Chance de controle	Alta (se tiver caixa)	Baixa a média
Pressão competitiva	Alta	Moderada
Planejamento	Exige análise do grupo	Valor previsível
Perfil indicado	Agressivo/Estrategista	Conservador/Planejado
Velocidade potencial	Maior (se lance alto)	Variável (depende do sorteio)

5) Como calcular o lance (sem quebrar o caixa)

O lance costuma ser um percentual da carta de crédito. Exemplos:

Carta: R$ 150.000 → lance de 20% = R$ 30.000
Carta: R$ 300.000 → lance de 35% = R$ 105.000

Formas de pagar o lance:

Recursos próprios (dinheiro disponível).
Lance embutido (usa parte da carta como lance).

Atenção ao embutido: ele reduz a carta líquida na hora de comprar. Se você der 30% embutido numa carta de R$ 200 mil, o crédito útil cai para R$ 140 mil (salvo regras específicas). Use com critério.

6) Vantagens e riscos do lance livre

Vantagens

Controle: você decide o quanto quer acelerar.
Timing: nos primeiros meses, a média vencedora costuma ser mais baixa (menos gente acumulou caixa).
Flexibilidade: dá para ajustar seu percentual a cada assembleia conforme o comportamento do grupo.
Uso do embutido: viabiliza competir sem dispor de todo o valor em dinheiro.

Riscos

Competição intensa em grupos “quentes” (imóvel, caminhão, cartas altas).
Incerteza: mesmo com lance alto, alguém pode ofertar um pouco mais.
Pressão no caixa: comprometer capital além do saudável.

7) Vantagens e riscos do lance fixo

Vantagens

Previsibilidade: você sabe exatamente o valor necessário.
Democrático: todos competem no mesmo patamar; ótimo para quem não quer “guerra de lances”.
Orçamentável: encaixa fácil no fluxo de caixa familiar/empresarial.

Riscos

Dependência da sorte no desempate.
Probabilidade diluída em grupos grandes com muitos ofertantes.
Lentidão potencial para quem tem urgência.

8) Quando usar cada um (cenários reais)

Tenho pressa e caixa → Lance livre (ajuste no teto da média vencedora).
Tenho orçamento certinho e paciência → Lance fixo (todo mês no sorteio).
Grupo gigante e muito concorrido → Teste livre com percentuais perto do histórico vencedor; mantenha-se inscrito no fixo se existir.
Primeiros meses do grupo → Tente livre moderado (a média costuma ser menor).
Na reta final → Se o grupo está competitivo, o fixo pode ser mais custo-eficiente; se você tiver caixa e a média subiu, livre alto.

9) Como “ler” o seu grupo (e não atirar no escuro)

Para profissionalizar sua estratégia:

Anote todo mês os percentuais vencedores (fixo e livre).
Observe sazonalidade: há meses em que as pessoas têm mais dinheiro (13º, bônus, safra).
Perceba padrões: picos de lance perto de feriados ou trocas de trimestre.
Calibre a oferta: se a média livre tem vencido em 28%–31%, ofertar 20% é quase “figurativo”. Tente 1 a 3 p.p. acima do teto recente.

10) Dicas táticas que quase ninguém te conta

Divida o risco: se possível, tenha duas cotas menores em vez de uma só grande. Você multiplica as portas de contemplação.
Lance escalonado: defina um teto anual para lances e distribua ao longo de 3–5 assembleias, aumentando gradualmente.
Jogue nos dois campeonatos: se o seu grupo contempla por fixo e livre, participe dos dois (desde que caiba no orçamento).
Use embutido só quando fizer sentido: ótimo para acelerar imóvel quando o desconto “à vista” compensa a redução do crédito.
Primeiros 3–6 meses: janela de ouro para o lance livre.
Transparência com o caixa: nunca comprometa a reserva de emergência para dar lance.

11) Exemplos numéricos (com impacto no seu bolso)

Caso A — Imóvel com pressa (lance livre alto)

Carta: R$ 300.000
Histórico livre vencedor: 26%–34%
Você oferta 33% (R$ 99.000) com 20 p.p. próprios e 13 p.p. embutidos.
Contemplado no 4º mês.
Trade-off: carta líquida cai a R$ 261.000 por causa do embutido, mas você compra antes, negocia preço “à vista” e evita inflação do imóvel.
Quando vale: imóvel com potencial de valorização e poder de negociação com vendedor.

Caso B — Caminhão sem pressa (lance fixo)

Carta: R$ 450.000
Fixo do grupo: 20% (R$ 90.000)
Você participa do fixo por 8 meses e é sorteado no 9º.
Ganho: previsibilidade e custo controlado; sem disputar “quem dá mais”.

Caso C — Livre mal calibrado

Carta: R$ 120.000
Você oferece 12% por três meses num grupo onde a média vencedora é 22%–28%.
Resultado: nenhuma contemplação e desgaste.
Correção: pausar, acumular e voltar com 24%–26% em meses de menor concorrência.

12) Perguntas frequentes (FAQ objetivo)

1) Lance é custo extra?
Não. É antecipação: abate do saldo devedor.

2) Posso cancelar um lance enviado?
Regra geral, não após o prazo de oferta. Confirme no regulamento da sua administradora.

3) Dá para usar FGTS como lance?
Para consórcio imobiliário, sim — respeitando as regras da Caixa.

4) E se eu for contemplado por sorteio e lance no mesmo mês?
Você recebe uma contemplação; a outra volta ao grupo.

5) Qual o percentual “mágico” que sempre ganha?
Não existe. Cada grupo tem uma dinâmica. Colete dados e ajuste.

6) Lance embutido sempre compensa?
Não. Ele reduz a carta. Compensa quando o desconto à vista/oportunidade supera essa perda.

13) Psicologia do consórcio: não subestime

Lance livre tende a atrair perfis mais agressivos, que topam oscilar a oferta e disputar.
Lance fixo atrai perfis metódicos, confortáveis em esperar pelo sorteio.
O erro clássico: pressa sem lastro de caixa. Consórcio é maratona: use o lance para encurtar, não para se exaurir.

14) Como a administradora influencia seu jogo

Cada administradora pode variar:

Percentual do fixo (15%, 20%, 25%…).
Janela e procedimento para oferta (horário/portal).
Regras de embutido e documentação pós-contemplação.

Leia o regulamento do seu grupo. Pequenos detalhes viram grandes vantagens.

15) Roteiro de decisão (checklist prático)

Objetivo: preciso do bem já ou posso esperar?
Caixa: tenho quanto para antecipar sem ferir a reserva?
Dados: qual a média vencedora dos últimos 3–6 meses?
Estratégia: livre, fixo ou híbrido? (e em que meses)
Teto: qual o limite absoluto do meu lance? (não ultrapasse)
Plano B: se perder, qual a próxima oferta e em qual mês?
Contrato: regras do grupo conferidas? (embutido, prazos, desempate).

Salve este checklist. Ele evita 80% dos erros comuns.

16) Riscos e como mitigá-los

Superoferta no calor do momento → defina teto por escrito.
Dependência exclusiva do fixo em grupo gigante → combine com livre moderado em meses “fracos”.
Usar 100% embutido → avalie preço do bem e custos acessórios; talvez precise de caixa extra.
Ignorar taxas (adm., seguro, fundo de reserva) → entre sabendo o custo total.
Parcela apertada → atraso derruba sua elegibilidade para contemplação.

17) Estratégia combinada que funciona (playbook)

Meses 1–4: tente livre na borda superior da média (ex.: se a janela é 18%–22%, oferte 22%–23%).
Meses 5–10: se a competição subir, participe sempre do fixo e mantenha um livre alternado (1 sim, 1 não) com 1–3 p.p. acima do topo recente.
Meses 11+: reavalie o objetivo. Se a pressa aumentou e o caixa permite, livre mais agressivo. Se não, fixo consistente todo mês.
Se o grupo contempla 3 cotas/mês (sorteio + fixo + livre): esteja nas três vias (quando couber no orçamento).
Anote tudo. Sem histórico, você joga no escuro.

18) Estudos de caso (estilo “vida real”)

Estudo 1 — Família comprando imóvel

Carta R$ 250 mil; caixa disponível R$ 55 mil.
Grupo com fixo 20% e livre com média vencedora 22%–28%.
Plano: 3 meses no fixo; no 4º mês, livre de 24%.
Resultado: contemplado no 5º mês por fixo. O livre ficaria caro e desnecessário.
Lições: fixo funciona muito bem quando você pode esperar alguns meses.

Estudo 2 — Transportadora renovando caminhão

Carta R$ 480 mil; urgência moderada; caixa R$ 140 mil.
Histórico livre: 25%–33%; fixo: 20%.
Plano: alternar fixo todo mês + livre de 28% em meses “de baixa”.
Resultado: contemplado por livre no 3º mês.
Lições: híbrido dá redundância de chances.

Estudo 3 — Investidor comprando para alugar

Carta R$ 300 mil; caixa R$ 120 mil (+ embutido até 10%).
Foco em imóvel com desconto “à vista”.
Plano: livre 35% no 2º mês (25 p.p. próprios + 10 p.p. embutidos).
Resultado: contemplado, compra com desconto e compensa o embutido.
Lições: quando existe oportunidade clara, livre alto faz sentido.

19) “Qual é melhor?” — A resposta honesta

Se você tem pressa e caixa → Lance livre tende a ser melhor.
Se você prioriza previsibilidade → Lance fixo costuma ser melhor.
Se o grupo oferece os dois → Jogue nos dois (dentro do seu teto).
Se você está nos primeiros meses → Livre moderado pode ganhar barato.
Se o grupo está congestionado → Fixo + paciência (ou livre agressivo, se couber no seu bolso).

Não existe bala de prata. Existe estratégia com dados do seu grupo.

20) Conclusão (com roteiro em uma frase)

Decida seu objetivo, levante o histórico do grupo, defina teto de lance, escolha a via (fixo, livre ou ambas), e execute com disciplina — sem estourar o caixa.

Faça isso e você transforma o lance (seja ele fixo ou livre) de um chute no escuro em uma vantagem competitiva real no consórcio.

Adalberto Jesus